quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TEXTO COMUNIDADE SOCIEADE (2 ANOS)


SOCIEDADE E COMUNIDADE. SOCIOLOGIA.
Em meio à intensidade da globalização, eis que ressurge a tendência à valorização do próximo. Paradoxalmente, apesar do fascínio pela informação internacionalizada e pela aparente homogeneização de valores, revitaliza-se o apreço pelo local, pela comunidade, pelo familiar. Não se nega as vantagens do mundo globalizado, entretanto, o interesse pelas raízes insere-se nesta complexidade a ponto de fazer-nos ver o mundo por meio das relações e articulações entre global e local e não mais apenas pela globalização.
COMUNIDADE
Para identificar, descrever e analisar uma comunidade é preciso estar diante de grupos sociais unidos por laços afetivos. A proximidade física entre as pessoas, que a vida em pequenas comunidades proporciona, permite vínculos mais afetivos entre elas e, portanto, um maior sentimento de solidariedade.
 CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE
o    NITIDEZ – É o limite territorial claro da comunidade, ou seja, onde ela começa e onde ela acaba.
o    PEQUENEZ – A comunidade é, em si a unidade de observação pessoal ou, então, sendo um pouco maior, porém homogênea, proporciona uma unidade de observação pessoal plenamente representativa do todo.
o    HOMOGENEIDADE – As atividades e o estado de espírito são muito semelhantes para todas as pessoas de sexo e idade correspondentes; o curso de uma geração é semelhante ao da precedente.  
o    AUTO-SUFICIÊNCIA – É o que proporciona todas ou a maioria das atividades que atendem às necessidades de seus membros.
Ao mesmo tempo, a pequena comunidade cultiva uma forma de vida que acompanha seus membros do berço ao túmulo.
A INTERNET E AS COMUNIDADES VIRTUAIS
Nas grandes cidades de todo o mundo assiste-se hoje à formação de micro grupos, de tribos urbanas como os punks, os surfistas, os rappers, as gangues de periferia cujos membros não têm outro objetivo senão o de estarem juntos.
Ao lado deles surgem também grupos (comunidades virtuais) formados pelo contato virtual proporcionado por redes de computadores como a Internet. Nessas novas “comunidades virtuais” ocorre a inversão do processo de formação dos laços de afinidade social, cuja comunicação é eletrônica. A presença física deixa de ser uma das precondições para a realização do contato.
As tribos eletrônicas, que se formaram no coração do ciberespaço, são expoentes da era tecnológica, que está promovendo o casamento entre a informática e as novas formas de sociabilidade pós-modernas. A cibercultura é um fenômeno recente, em expansão continua, e como tal, sem regras e limites ainda definidos, funcionando basicamente a partir de uma comunicação espontânea, sem que se saiba quem é e onde está o outro.
O QUE MANTÉM AS COMUNIDADES
À medida que a industrialização e a urbanização avançam, as comunidades tradicionais ainda se mantinham unidas, mais por uma necessidade imposta socialmente do que por aquilo que seus integrantes tinham em comum, e com o tempo foram perdendo o poder de integração.
É o que acontece com a família, que não está em franca decadência. Mesmo com um grande número de casamentos que tem terminado em divórcio, principalmente nos grandes centros urbanos. Nas obras de literatura do séc. XIX vemos exemplos de famílias desfeitas, mas que permaneciam unidas mantendo as aparências imposta pela sociedade, apenas para representar um papel social. No início do séc. XX, vemos cenas comuns de pai que expulsa de casa a filha que dava a luz um filho ilegítimo, sobrava a ela poucas opções sociais, além de doar a criança, se prostituir e o suicídio. Hoje, a ligação familiar é uma associação voluntária, afetiva e de respeito mútuo e não se dá mais por uma imposição social.
Entretanto, a mobilidade geográfica e ocupacional de hoje, de forma geral, retira as pessoas do lugar e da classe social a quem pertencem, ou da cultura em que nasceram, em que estiveram presentes seus pais, irmãos e outros familiares. Atua, assim, no sentido de desagregar a unidade familiar. Ocorrendo assim, o desaparecimento gradativo das formas de comunicação tradicionais e de um modo de vida comunitário que obriga as pessoas a criar novas formas de relacionamento, novas associações, um outro tipo de organização pessoal.
SOCIEDADE
Os sociólogos fazem a distinção entre sociedade (seria uma associação humana caracterizada por relações baseadas em convenções e não laços afetivos) e comunidade.
Para o sociólogo alemão Ferdinand Tönnies (1855-1936), enquanto a comunidade está ligada internamente por uma vontade coletiva natural, na sociedade predomina a vontade artificial, deliberativa, proposital.
TIPOS DE SOCIEDADE:
o    COMUNITÁRIA
§  É tipicamente pequena, com divisão simples do trabalho;
§  As relações sociais são duradouras,
§  Os contatos sociais predominantes são os primários,
§  Compartilham as experiências individuais,
§  O comportamento é largamente regulado pelos costumes,
§  Há pouca necessidade de Lei formal (faz-se pela tradição).

o    SOCIETÁRIA:
§  Acentuada divisão do trabalho,
§  Proliferação de papeis,
§  Estrutura complexa,
§  Divergência de crenças, costumes e valores,
§  Frouxamente articulada,
§  Dificuldade de consenso.

SOCIEDADE SOCIETÁRIA
As grandes metrópoles contemporâneas caracteriza pela acentuada divisão do trabalho e pela proliferação de papéis sociais. As relações sociais tendem a ser transitórias, superficiais e impessoais. Os indivíduos associam-se uns aos outros em função de determinados propósitos limitados. A vida perde a coesão unitária que mantinha estável a antiga comunidade. O trabalho fica distanciado da família e do lazer. A religião tende a continuar-se a determinadas ocasiões e lugares, em vez de fazer parte do convívio cotidiano das pessoas. Nessa estrutura social, a família deixa de ser o centro de união do grupo.
Na sociedade societária, os interesses comuns muitas vezes entram em conflito, e perde-se em grande parte a força de tradição. A relativa uniformidade de pensamentos da comunidade é substituída por uma enorme variedade de interesses e idéias divergentes. São relativamente poucas as crenças, os valores e padrões de comportamentos universalmente aceitos. A integração é frouxa e o grau de consenso tende a diminuir e isso pode provocar uma freqüência maior de situações de conflito.
UMA TRADIÇÃO DOLOROSA
A distinção entre comunidade (sociedade comunitária) e sociedade societária proporciona instrumentos para a interpretação de sociedade contemporânea. Com o avanço da industrialização e da globalização, as sociedades comunitárias tendem a se transformar rapidamente em sociedades societárias. Manifestações desse processo são o crescimento sistemático das cidades, o declínio da importância da família, a ampliação do poder da burocracia, o enfraquecimento das tradições e a diminuição do papel da religião na vida cotidiana (Uma das reações a essa diminuição é o crescimento de certas igrejas, como a evangélica, nas quais os crentes desenvolvem aspectos importantes de vida comunitária).
Essas mudanças conduzem, de um lado, ao conflito, à instabilidade e as tensões psicológicas; de outro, à liberação dos sistemas de controle e de coerção, e as novas oportunidades para o desenvolvimento humano.
A CULTURA DO INDIVIDUALISMO
A Sociologia contemporânea atualizou certos conceitos de comunidade e sociedade, de acordo com as novas relações sociais que vêm se estabelecendo entre os indivíduos. Um novo tipo de vida, que se baseia em relações sociais acentuadamente indiretas, são os chamados singles (pessoas que preferem viver sozinhas).
No Brasil, há quase 4 milhões de pessoas que vivem sozinhas em seus domicílios. As explicações são razões demográficas, econômicas ou particulares: as pessoas se casam menos e com mais idade (o número de solteiros é cada vez maior), o grupo dos descasados também aumenta (cerca de 150 mil pessoas se divorciam anualmente no Brasil), os casais tendem a ter menos filhos do que antigamente, é comum que, na separação, cada um arrume seu próprio canto, e há também o aumento de expectativa de vida do brasileiro (o número de idosos também aumenta). São exigentes, têm estilo próprio e colecionam manias: a tribo dos singles não para de crescer. Essa tendência é mundial. Nos Estados Unidos há 26 milhões de adultos que moram sozinhos por opção.
UMA INTERPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA DA “TENDÊNCIA SINGLE”
Os singles são sistemáticos e individualistas. Alguns estudiosos acreditam que o individualismo leva à percepção de que é desvantajoso estar com outra pessoa. Os singles confessam uma certa intolerância para com o outro, prevalecendo o egoísmo. A dificuldade de estabelecer relações duradouras e o fortalecimento do individualismo poderão gerar alguns dos principais problemas sociais num futuro próximo. Eles são cada vez mais numerosos nas grandes metrópoles do que no campo (onde os estímulos para uma vida comunitária e solidária são mais fortes): um terço deles vive em cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Ao mesmo tempo, sua formação educacional está acima da média: são geralmente bem-sucedidos na carreira profissional, ganham bem e moram, de modo geral, em casas confortáveis.
INDAGAÇÕES, MUDANÇAS E DESAFIOS
Embora as metrópoles contribuam para o surgimento de novos estilos de vida, as mudanças não são muito freqüentes nos bairros pobres da periferia, onde o código moral se baseia, em geral, na ajuda mútua e podem-se encontrar relações intensas de vizinhança, nas quais os indivíduos estabeleçam contatos sociais diretos, com ações de solidariedade. Mesmo numa sociedade igualitária, preservam-se certos valores, a vida gira em torno da família, do local de moradia, das relações de vizinhança. O vizinho passa a ser quase um membro da família, um companheiro nas horas de apuro.
Entretanto, a velocidade com que estão se dando as mudanças na sociedade societária traz novos desafios: o assustador aumento da criminalidade e as dificuldades para combatê-la. Embora, em alguns lugares a solidariedade continue forte em alguns lugares da periferia, ela perde sua força nas grandes cidades; antigas instituições sociais sofrem duros golpes em sua credibilidade e legitimidade. Tudo favorece o comportamento individualista que se manifesta inclusive no desenvolvimento de estratégias de estratégias de autodefesa pessoal ou de procurar “fazer justiça pelas próprias mãos”. Mesmo algumas relações de vizinhança, onde persistem as manifestações de vida comunitária, poderão não sobreviver ao individualismo crescente, que tende a se universalizar.
Com seu estimulo ao consumo e à competição desenfreada, a economia capitalista, dinâmica e tecnologicamente inovadora, colabora para reforçar a cultura do individualismo e o isolamento; favorece a formação de uma sociedade egocêntrica, com uma frágil conexão entre seus membros, na qual as pessoas buscam satisfazer apenas suas necessidades e impulsos. Numa sociedade desse tipo, a satisfação individual está acima de qualquer obrigação comunitária.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Foucalt

Usando as ideias de Michel Foucault: A educação deve ser um espaço aberto não somente uma ditação de regras", necessitamos mudar esta visão antiga dos dominantes e dos dominados. Eliminar a educação bancária.